Define-se como muro ou parede as "estruturas essencialmente retangulares, cuja altura varia de 1 metro a 3 metros, podendo seu comprimento chegar a dezenas de metros". (Botelho e Marcheti). Tais estruturas são compostas por panos de alvenaria e pilatretes de concreto armado.
A dúvida a ser lançada neste tópico reside na armadura dos pilaretes. Embora não suportem outra carga de compressão além do seu peso próprio, a NBR 6118, preve que as peças comprimidas deverão possuir armadura longitudinal com diâmetro superior a 10 mm. Entretanto, a prática comum tem sido a apresentação de projetos ou esquemas com armadura de 8mm ou inferior.
Pergunto se estou fazendo a interpretação correta da Norma quando utilizo barras de 10 mm para esses pilaretes, ou se a Norma não se aplicaria a tal situação.

Caro Correa,

Esta prática de utilização de pilares com armadura longitudinal com Ø menor que a indicada na norma é de modo geral utilizada por leigos e não por engenheiros.

Outra coisa, não devemos considerar que "estes" pilares não recebem nenhuma carga de compressão além do seu peso próprio, pois os pilares não são aplicados na estrutura para receberem cargas apenas verticais, mesmo num "muro divisor" de limites de um terreno, onde de fato não há cargas verticais alem do seu peso próprio atuando sobre os pilates, há forças horizontais (ventos e esforços acidentais) que atuam nos pilares.

Mas se tratando de muro divisor, cada profissional pode analisar e determinar a armadura adequada, uma vez que Norma/NBR's em si mesmas não tem força de lei, a menos que seja citada em Lei Ordinária que obrigue a sua utilização para determinado assunto.

Prezado Correabh,

Da mesma maneira que ocorre nos muros de arrimo sem sapata ou contra-fortes, os pilaretes de muros de vedação/fechamento devem ser considerados como "vigas verticais", já que são dimensionados à flexão normal, com os carregamentos de terra ou de vento, ou ainda de outras sobrecargas horizontais.

Estas vigas ficam semi-engastadas no solo através de suas "fichas", que nada mais são que as brocas, que por estarem submetidas à flexão, também devem ser armadas.

Estruturalmente falando, e desprezando a torção nas vigas-baldrame, podemos até comparar este sistema com marquises ou sacadas verticais.