Orientação sobre procedimento em uma fundação


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Orientação sobre procedimento em uma fundação

krys.mangini
postou em Qui, 12 Mai 2011, 14:21
Usuário Novato | Mensagens: 2

    Olá a todos,

    Sou relativamente novo por aqui, tenho lido os tópicos que já foram postados e tenho aprendido muito; porém estou com uma duvida - daquelas que não saem da cabeça e achei pertinente perguntar a respeito aqui:

    Sou recém-formado (aproximadamente 3 anos), e ainda não tenho uma grande experiência em obras; mas já consegui conquistar alguns bons clientes e me esmero para atendê-los da melhor forma possível; o que tem gerado bons resultados. Dessa forma um cliente me passou um projeto estrutural para uma casa de 600m², nada de complicado porém muito ampla; a arquitetura previa vãos grandes e tinhamos muito pouco espaço para pilares; enfim um belo desafio para quem está começando.
    A primeira coisa que fiz foi pedir o relatório de sondagem para saber em cima do que eu estaria trabalhando. Quando o relatório chegou dizia que o terreno (um aclive de aproximadamente 4,00m de altura e 50m de extensão) estava sobre rocha, na frente do terreno a menos de 3,00m de profundidade e mais aos fundos, tinhamos rocha a aproximadamente 7,00m de profunidade. Os valores de SPT na pior situação foram 4,10,19,35, 53, 71, e o nível de água a 6,10 de profundidade. O tipo de solo varia de silte argilo a silte arenoso em menos de 1,00m de profunidade. Me pareceu bem bacana. Mas engenheiro novo com pouco experiência usa altos coeficientes de segurança, fiquei preocupado que fosse um caso de um matacão ou apenas uma saliência de uma rocha mais funda; então quando começaram os serviços de terraplenagem na obra pedi que a área do subsolo (que praticamente ficava no nível da rocha), fossa "raspada" para verificar o que havia lá embaixo. Constatamos que toda a rocha se estendia por todo o terreno; inclusive conversando com os vizinhos fiquei sabendo que aquela região da cidade éra uma pedreira antigamente e que todos os terrenos por alí apresentavam um histórico parecido; inclusive - para quem é de Curitiba - o terreno fica próximo a um ponto turístico chamado Pedreira Paulo Leminsk; já fiz outras obras na região e todas apresentarem bons perfis de subsolo, mas uma situação como essa, com rocha quase na superfície, foi a primeira vez. Com toda essa informação em mãos voltei para o computador e dimensionei a minha fundação com uma estrutura que mesclava sapatas e blocos conforme os níveis em que nos encontrávamos. Poucos dias após a conclusão do projeto tive um problema de saúde na família e fiquei afastado por quase 45 dias; retornando ao trabalho somente essa semana, e hoje fui ver a situação da obra e a mesma andou e já estão prestes a concretar as lajes do pavimento térreo.

    Depois de contar toda essa história chegamos o que está me tirando o sono: tenho nessa obra um pilar que descarrega 77ton numa sapata que está assentada sobre essa rocha. Nesse ponto a tensão admissível do solo é de 2 Kgf/cm², mas adotei por segurança 1,4, de forma que a referida sapata ficou com 2,50x2,10m. Devo me preocupar com isso ainda, seria prudente fazer algum tipo de investigação para saber a espessura da camada de rocha ou estou exagerando na preocupação ?

    Agradeço a paciência de quem leu esse jornal e agradeço muito mais se puderem me dar alguma orientação a respeito.

    Grande abraço a todos.


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    Alex Barreto Cypriano
    postou em Sáb, 28 Mai 2011, 14:46
    Usuário Nível 3 | Mensagens: 137

      krys.mangini
      Suposto ter entendido corretamente suas descrições, perguntei à minha botoeira, onde viceja aquela flor eterna (M.A.): se o subsolo da sua construção é praticamente no nível da rocha, porque não assentou as sapatas sobre ela (contando, desta forma, com uma tensão admissível muito maior que 1,4 daN/cm²) ou, não sendo ao mesmo nível, a ponta de brocas ou estacas moldadas in-situ, opção razoável para fundações indiretas de média profundidade?
      Sapatas de grandes dimensões (e as suas estão grandes, mesmo) costumam ser sensíveis a recalques (sobre areia ou argila), mas não perca o sono por isto: lembre-se de que o cone de pressões sob a face da sapata se amplia com a profundidade...
      Abraço e boa sorte.


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