Mesmo com crise, País receberá R$ 3,9 trilhões em investimentos
SÃO PAULO - Apesar do cenário de desaquecimento mundial cada vez mais latente, o ministro de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge ainda segue otimista com o volume de investimentos previstos no Brasil na produção e em obras de infra-estrutura. De acordo com o ministro, o País receberá algo entorno de R$ 3,9 trilhões até 2011. "O Brasil está em um novo ciclo de investimentos. É um País em construção", comenta otimista.
Miguel defende ainda que as reservas acumuladas de US$ 207 bilhões, ante os US$ 40 bilhões de 2002, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a 25 trimestres, a inflação dentro da meta do Banco Central e o aumento da população na Classe C, que fez as Classes D e E diminuírem de 30% em 2002 para 18% da população brasileira em 2008, como exemplos positivos de que o País pode continuar crescendo mesmo num cenário de crise internacional. "Este ano cresceremos 5,5% e, para 2009, a expectativa é de ficarmos entre 3,6% a 4% na evolução do PIB. Um bom patamar em tempos de crise", conclui.
O ministro ainda comenta que o Brasil vai sentir o impacto da crise, de maneira sustentável, assim como outros países do mundo. "O cenário de recessão nos Estados Unidos terá conseqüência até na China. Os EUA importam 16% de seus produtos dos asiáticos, por isso, como não haverá demanda, os chineses precisarão focar outros mercados . Estamos atentos a isso", informa destacando que o Brasil acompanha o problema, mas não cogita tarifar as importações chinesas como forma de evitar uma invasão de produtos no País. Miguel Jorge disse que "a crise se originou de uma frouxidão da regulamentação dos bancos no EUA". As afirmações foram feitas ontem em evento produzido pela Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria.